PE-12 Caracterização bioquímica e investigação do potencial antitumoral e antitrombótico de uma lectina do muco da pele do peixe scorpaena plumieri
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Palavras-chave

antitrombótico
antitumoral
Lectina
muco de peixe

Como Citar

Meier Souza, P., Schulthais Pedrosa, E., Barbosa Coitinho, J., & Gomes Figueiredo, S. (2025). PE-12 Caracterização bioquímica e investigação do potencial antitumoral e antitrombótico de uma lectina do muco da pele do peixe scorpaena plumieri. JORNAL DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E FARMACOECONOMIA, 10(s1). https://doi.org/10.22563/2525-7323.2025.v10.e00187

Resumo

Introdução: Lectinas são proteínas ligantes de carboidratos presentes em todos os domínios da vida. Essas proteínas reconhecem e interagem com resíduos específicos de açúcares em glicoconjugados, desempenhando papéis fundamentais em diversos processos biológicos. No campo médico/farmacêutico, lectinas têm sido amplamente estudadas por suas propriedades antimicrobiana, antitumorais e antitrombóticas, sugerindo seu potencial no desenvolvimento de novos agentes terapêuticos. Estas proteínas têm sido identificadas no muco da pele de peixes. Objetivo: O objetivo deste estudo foi purificar uma lectina do muco da pele do peixe Scorpaena plumieri, caracterizá-la quimicamente e avaliar seu potencial antitumoral e antitrombótico. Material e Método: A lectina foi purificada por uma etapa cromatográfica: filtração em gel convencional (Sephacryl S-200), com o monitoramento das frações eluídas por SDS-PAGE, pela detecção de banda proteica de ~14 kDa, (massa comum da unidade monomérica de lectinas). A homogeneidade, a massa molecular e uma sequência parcial de aminoácidos da lectina foram determinadas por espectrometria de massas (MS), empregando a abordagem MALDI-TOF/ISD. A citotoxicidade da lectina foi avaliada por ensaio de viabilidade celular metabólica (VCM) baseado na redução da resazurina, utilizando linhagens tumorais (C6, RKO, TOV-21G e U373) e não tumorais (HEK293 e RAW). A atividade antitrombótica foi investigada em plaquetas humanas citratadas, por meio de agregometria óptica, utilizando um agregômetro AggRAM (Remote Aggregation Analyzer, Helena Laboratories, EUA), com colágeno como agente indutor. Resultados e Discussão: Uma lectina tipo B (denominada LecB-SpM) foi isolada com alto grau de pureza a partir do muco de S. plumieri. A MS revelou massa molecular de 13.022,125 Da e identificou uma sequência interna de 19 resíduos de aminoácidos, que apresentou 100% de identidade com a plumieribetina, uma lectina tipo B presente no veneno deste peixe. LecB-SpM apresentou citotoxicidade dose dependente (5,72–183 μg/mL) em
todas as linhagens testadas, com exceção da U373. A maior concentração testada reduziu a VCM em ~30%. Adicionalmente, a lectina inibiu a agregação plaquetária induzida por colágeno em 20%, 53% e 60% nas concentrações de 20, 50 e 100 μg/mL, respectivamente. Conclusões: Este estudo descreve a purificação e a caracterização química de uma lectina do tipo B, com potencial biotecnológico promissor como agente antitumoral e antitrombótico, evidenciando perspectivas relevantes para investigações funcionais e aplicadas em contextos terapêuticos.

https://doi.org/10.22563/2525-7323.2025.v10.e00187
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