Custo-minimização da troca entre o medicamento referência seu biossimilar: sustentabilidade na relação tratamento vs. saúde suplementar

Resumo

Objetivo: Avaliar custo-minimização da troca entre as versões referência e biossimilar (BSM) do infliximab (IFX) em operadora de saúde com mais de 500.000 vidas. Metodologia: Estudo retrospectivo, descritivo, seguido de custo-minimização entre os pacientes que utilizaram IFX, de 1º de janeiro de 2016 a 31 de dezembro de 2017. Avaliou-se possível permuta entre as drogas objetivando descrever a economia da substituição. Estabeleceram-se como critérios de exclusão o pagamento da tecnologia fora do protocolo estabelecido pela operadora, não pagamento e glosas justificadas. Após exclusão, calcularam-se as despesas totais somando os custos do produto, atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e taxas de infusão. Resultados: Evidenciou-se que 185 pacientes, totalizando 1.441 liberações, utilizaram IFX referência no período avaliado. Destas, 31 liberações foram excluídas devido aos critérios estipulados. Por fim, 1.410 liberações foram incluídas. Identificou-se a utilização de 5.354 frascos de IFX referência, por 12 especialidades, totalizando R$ 22.937.911,30 de despesas e médias R$ 16.268,02 (±R$ 4.257,91) por liberação e R$ 123.988,71 (±R$ 84.855,52) por paciente. Quando aplicada à mudança hipotética, o custo ajustado passa a R$ 16.099.739,66, com médias R$ 11.418,26 (±R$ 2.975,37) e R$ 87.025,62 (±R$ 59.419,06) por liberação e paciente, respectivamente, perfazendo um valor diferencial de R$ 6.838.171,64 na suposta economia de recursos. Conclusão: A análise econômica no tratamento com imunobiológicos evidenciou significativa relevância, pois contribui com o uso adequado da terapêutica garantindo a sustentabilidade do sistema de saúde. Medicamentos BSM apresentam-se como uma opção custo- -minimizatória em comparação ao tratamento referência para saúde suplementar.