Influência da complexidade da farmacoterapia na qualidade de vida de idosos institucionalizados na cidade de CuritibaPR
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Como Citar

Ramires, Y., Hiemisch Lobo Borba, H., Lins Ferreira, V., de Souza, F. M., Klingelfus, B. L., de Oliveira, K., Del Pilar Arriagada Gajardo, P., & Pontarolo , R. (2024). Influência da complexidade da farmacoterapia na qualidade de vida de idosos institucionalizados na cidade de CuritibaPR. JORNAL DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E FARMACOECONOMIA, 2(s.1). https://doi.org/10.22563/2525-7323.2017.v2.s1.p.36

Resumo

 Introdução: Sendo o envelhecimento populacional uma realidade mundial, o número de idosos portadores de doenças crônico-degenerativas cresce exponencialmente elevando concomitantemente o número de medicações e a complexidade da farmacoterapia (CF), um dos principais obstáculos para adesão ao tratamento. A qualidade de vida (QV) tem sido reconhecida como um dos objetivos centrais do atendimento em saúde, a crescente preocupação relacionada à esta temática vem de um movimento no sentido de valorizar parâmetros mais amplos que controle de sintomas, diminuição da mortalidade ou aumento da expectativa de vida. Objetivo: Com o intuito de proporcionar um envelhecimento digno e com qualidade, o estudo tem por objetivo analisar se a complexidade da farmacoterapia exerce influência na percepção de QV de idosos institucionalizados na cidade de Curitiba-PR. Método: Realizouse pesquisa descritiva, transversal, utilizando o Índice de Complexidade da Farmacoterapia (ICFT) e o WHOQOL-Bref em conjunto com o WHOQOL-Old para avaliação da complexidade farmacológica e qualidade de vida, respectivamente. A influência das seções do ICFT sobre a QV foi avaliada através de correlação de Pearson. Aplicaram-se os instrumentos mediante entrevista face-a-face com 94 participantes em agosto de 2016. As análises estatísticas foram realizadas com o software Statistica®, versão 10. Resultados: A amostra foi composta por 81,91% de mulheres, sendo a idade média dos participantes 83,36 anos (DP ±7,75). O tempo mediano de institucionalização foi três anos (intervalo interquartil: 2-6; Mín-Máx: 1-36). O escore médio obtido com a aplicação do ICFT foi 35,94 (DP ± 18,31), com o WHOQOL-bref 67,58 (DP ± 13,77) e com o WHOLQOL-Old 54,31 (DP ± 12,02). Todas as seções do ICFT, sendo elas a seção A - informações quanto às dosagens (r = - 0,8842; p<0,01); a seção B - frequência de doses (r = - 0,8989; p<0,01) e a seção C - informações adicionais (r = - 0,6205; p<0,01), apresentaram grau de correlação negativa forte, assim como ICFT total (r= 0,9237; p<0,01), com os escores de QV, explicitando que as variáveis movem-se em direções opostas. Conclusão: A prescrição de medicamentos para idosos impacta diretamente sobre sua QV. O número de medicamentos tem grande influência sobre a CF e, consequentemente, sobre a QV, mas não pode ser considerado o único fator. A seção B, correspondente à frequência de doses, possui um coeficiente de correlação negativo superior ao obtido pela seção A, que inclui o número de medicamentos e formas farmacêuticas. Idosos exigem maior concentração de esforços, envolvendo o paciente, cuidadores e profissionais no que diz respeito à revisão periódica da terapêutica, afim de simplificar regimes e utilizar de forma segura e eficiente os medicamentos em geriatria.

https://doi.org/10.22563/2525-7323.2017.v2.s1.p.36
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