Abstract
Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune multissistêmica, caracterizada por períodos de remissões e recidivas. Parte desses pacientes utiliza imunobiológicos para o tratamento do lúpus; entretanto, fatores como efeitos colaterais, necessidade de administração especializada, falta de informação, complexidade da farmacoterapia, entre outros, podem comprometer a adesão desses pacientes ao tratamento. A não adesão à farmacoterapia é um grande obstáculo para o sucesso no controle nos níveis de atividade da doença e para a qualidade de vida do paciente. Objetivo: Diante disso, o objetivo deste estudo foi conhecer os níveis de adesão à farmacoterapia de pacientes com LES tratados com medicamentos Imunobiológicos. Material e Método: Trata-se de um estudo observacional transversal, de natureza exploratória,realizado de Mês/Ano a Mês/Ano, no ambulatório de XXX do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM), localizado na cidade de Vitória/ES. Pacientes com diagnóstico prévio de LES, em uso de imunobiológicos, foram convidados a participar do
estudo. A adesão à farmacoterapia foi avaliada por meio do instrumento de avaliação Brief Medication Questionaire (BMQ). Esse instrumento contém 11 perguntas, distribuídas em 3 domínios (regime, crenças e recordação), cuja classificação a partir do escore pode ser: adesão; provável adesão; provável baixa adesão e baixa adesão. Além disso, foram coletados dados relacionados às comorbidades e ao nível de atividade da doença (SLEDAI). Estatística descritiva foi utilizada. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Local CEP/HUCAM (protocolo #6.277.852/2023). Resultados e Discussão: 150 pacientes com LES, 24 utilizavam imunobiológicos e foram incluídos no estudo. Quanto à atividade da doença, 17 (70,85%) participantes apresentaram SLEDAI >1, indicando que a doença estava ativa na maioria da população avaliada. As principais comorbidades encontradas foram: artrite, nefrite, hipertensão, rash malar e alopecia. Com relação aos domínios avaliados pelo BMQ, no domínio de Regime, 75% (n=X) dos pacientes apresentaram barreiras (escore ≥1).Com relação ao domínio Crença, 54% (n=X) obtiveram um escore de adesão (escore ≥1), mostrando que a maioria dos pacientes têm a percepção de que os seus medicamentos funcionam bem e sabiam quais os que mais apresentaram efeitos adversos. Já no domínio de Recordação, 62% (n=X) (escore ≥1) apresentaram um escore de não adesão, mostrando a dificuldade de lembrar de tomar aos medicamentos no horário correto. Conclusões: Os resultados obtidos no presente estudo evidenciaram que a maior parte dos participantes estava mais inclinada à não adesão. Futuros estudos poderão ser feitos para identificar os fatores que influenciam nesta adesão e delinear estratégias, a fim de mitigar esta problemática.

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