PE-43 Há pessoas neurodivergentes na farmácia? Um olhar sobre farmacêuticos e estudantes com transtorno do espectro autista
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Palavras-chave

Estudantes de Farmácia
Farmacêuticos
Farmácia
Transtorno do Espectro Autista

Como Citar

Couto-Rosa, L., Vítor Schultz, P., Brambila-Manso, B., Stancine Santos Rocha, K., Rocha Ayres, L., Araújo, D. C., & Araujo Santos-Júnior, G. (2025). PE-43 Há pessoas neurodivergentes na farmácia? Um olhar sobre farmacêuticos e estudantes com transtorno do espectro autista. JORNAL DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E FARMACOECONOMIA, 10(s1). https://doi.org/10.22563/2525-7323.2025.v10.e00218

Resumo

Introdução: A literatura aponta o aumento da prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA) ao redor do mundo, atingindo uma taxa de 1% da população global. Ademais, a identificação do diagnóstico de TEA entre grupos específicos da população pode contribuir para a compreensão dessa realidade, e assim, fomentar a criação de ambientes acadêmicos e profissionais mais inclusivos e acessíveis. Entretanto, não há estudos de prevalência sobre TEA entre farmacêuticos e estudantes de Farmácia. No Brasil, um estudo conduzido nessa população pode trazer luz sobre a estimativa de farmacêuticos e estudantes de Farmácia com TEA. Objetivo: Sendo assim, o objetivo deste trabalho é identificar estudantes de Farmácia e farmacêuticos que possuem TEA entre participantes de um inquérito nacional. Material e Método: Os dados foram coletados de estudo transversal do tipo survey, realizado entre os meses de setembro de 2021 a agosto de 2022. Farmacêuticos e estudantes de Farmácia das cinco regiões do Brasil foram convidados a responder um formulário online, que continha uma sessão para dados sociodemográficos (sexo, unidade federativa) e questões relacionadas ao TEA (se possuía TEA, familiar com diagnóstico de TEA e se convivia com pessoa com TEA). A amostra foi selecionada por conveniência. Para as análises estatísticas, foi realizada análise descritiva. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 80001624.6.0000.8151 | Parecer n° 4.464.411). Resultados e Discussão: Participaram do inquérito nacional 413 farmacêuticos de 25 unidades federativas do país e 397 estudantes de Farmácia de 22 unidades federativas, sendo a maioria do sexo feminino (81,1% farmacêuticas; n=335 | 78,6% estudantes de Farmácia; n=312). Dentre os farmacêuticos que participaram do inquérito, 1,7% (n=7) relatou possuir TEA e, desses, 85,2% (n=6) relataram possuir familiar com TEA e conviver com pessoas com TEA. Entre os estudantes de Farmácia que participaram do inquérito, 1,0% (n=4) relatou possuir TEA, e desses, 50% (n=2) relataram possuir possuir familiar com TEA e conviver com pessoas com TEA. A prevalência de farmacêuticos com TEA identificada no estudo foi superior à estimativa global de TEA na população geral, que gira em torno de 1%. No caso dos estudantes de Farmácia, a prevalência observada foi equivalente à média global. Embora a amostra por conveniência seja uma limitação do estudo, os dados ressaltam a necessidade de um censo entre essas populações. Conhecer a prevalência de TEA entre farmacêuticos e estudantes de Farmácia pode impulsionar a implementação de ações que valorizem a neurodiversidade nos cenários acadêmico e farmacêutico. Entre essas ações, destacam-se o desenvolvimento de metodologias de ensino mais acessíveis, o fomento a pesquisas sobre o tema, a formulações de políticas de inclusão no mercado de trabalho, a realização de treinamentos sobre neurodiversidade e a promoção de ambientes de saúde mais inclusivos. Conclusões: O estudo identificou que a taxa de pessoas com TEA que participaram do inquérito foi maior que a prevalência global para farmacêuticos e foi igual à prevalência global para estudantes de Farmácia. Compreender a prevalência de TEA nesses grupos é fundamental para fortalecer políticas de inclusão e criar ambientes mais acessíveis. Diante disso, novos estudos que investiguem a prevalência no cenário nacional podem fortalecer o suporte a essas populações e proporcionar melhores esclarecimentos sobre o assunto.

https://doi.org/10.22563/2525-7323.2025.v10.e00218
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Copyright (c) 2025 Larissa Couto-Rosa, Paulo Vítor Schultz, Bárbara Brambila-Manso Brambila-Manso, Kérilin Stancine Santos Rocha, Lorena Rocha Ayres, Dyego Carlos Araújo, Genival Araujo Santos-Júnior