Resumo
Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno global e vem acompanhado do aumento de condições de saúde
crônicas e degenerativas, as quais contribuem para o surgimento da dor.1,2 Neste sentido, a dor pode comprometer a qualidade de vida dos idosos e, apesar de muitas vezes necessário, o tratamento farmacológico da dor pode colaborar para o surgimento de Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM), o que exige ajustes e avaliação clínica constantes desses pacientes.3 Objetivos: Analisar a prevalência e os impactos da dor persistente em idosos atendidos em um serviço ambulatorial de geriatria do Sistema Único de Saúde. Material e Método: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, com abordagem quali-quantitativa em um ambulatório de especialidades do Sistema Único de Saúde localizado no Espírito Santo, do qual participaram pessoas idosas com 60 anos de idade ou mais. A coleta dos dados foi realizada entre abril de 2024 a março de 2025. Antes da consulta médica geriátrica, os pacientes idosos que aguardavam atendimento foram convidados a participar do estudo e por meio de uma entrevista, foi utilizada a escala adaptada de Medida de Dor Geriátrica (Geriatric Pain Measure; GPM).2 Após a consulta médica, os pacientes foram encaminhados para o atendimento farmacêutico, para coleta de informações sociodemográficas, histórico de saúde e de utilização de medicamentos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de ética, de acordo com o parecer n.6.071.609. Resultados e Discussão: Foram entrevistados 39 idosos, sendo a maioria mulheres (74%), com idade média de 76,8 anos. Desses, 95% relataram ser portadores de alguma doença crônica. De acordo com o escore do GPM, 55% têm dor moderada, 27% têm dor intensa e 18% dor leve. Para avaliar o impacto da dor, foi questionada a percepção dos idosos em diferentes situações. Observou-se que 85% sentiam dor ao realizar atividades intensas, 72% durante atividades moderadas e 62% em atividades leves. Além disso, 69% relataram sentir dor ao subir apenas alguns degraus de uma escada. Em relação aos medicamentos usados para o controle da dor, 60% utilizam algum medicamento para este fim. Os entrevistados afirmaram utilizar: Dipirona (28%), Paracetamol (15%) e Dipirona associada ao Paracetamol (8%), Nimesulida (5%) e Pregabalina 4%. Entretanto, 40% dos entrevistados informaram não utilizar nenhum medicamento para o alívio da dor. Conclusões: A prevalência de dor entre idosos foi elevada, com impacto significativo nas atividades diárias, afetando sua autonomia e qualidade de vida. Intervenções interdisciplinares são essenciais para mitigar esses efeitos, promover terapias seguras e eficazes, e evitar o subtratamento, contribuindo para o bem-estar dessa população.

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