Resumo
Introdução: O consumo de substâncias psicoativas representa um grande desafio para a saúde pública, estando associado a altas taxas de morbimortalidade e impactos socioeconômicos.1 A dependência química pode resultar em doenças crônicas, acidentes e óbitos prematuros, tornando essencial a implementação de estratégias eficazes de prevenção. No Brasil, análises de dados sobre a mortalidade relacionada ao uso de drogas são fundamentais para embasar políticas públicas e mitigar seus efeitos.2 Este estudo busca caracterizar o perfil epidemiológico dos óbitos relacionados ao consumo de drogas no Espírito Santo entre 2010 e 2023, considerando fatores sociodemográficos e suas implicações. Descrever as características epidemiológicas dos óbitos relacionados ao consumo de drogas no Espírito Santo entre 2010 e 2023, avaliando a distribuição por idade, sexo, cor/raça, estado civil, escolaridade e região de saúde. Objetivo: O estudo visa contribuir para políticas públicas voltadas à redução de danos e assistência a populações vulneráveis.3 Material e Método: Estudo observacional, descritivo e transversal, baseado em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), acessados via Microdatasus e analisados com o software RStudio. Foram incluídos óbitos registrados entre 2010 e 2023 no Espírito Santo cuja causa básica estivesse relacionada ao uso de drogas. As variáveis analisadas incluíram idade, sexo, cor/raça, estado civil, escolaridade e região de saúde. A análise estatística utilizou medidas descritivas, como médias, desvio-padrão, frequências absolutas e relativas. O estudo seguiu as diretrizes STROBE para estudos observacionais e respeitou as normativas éticas para pesquisa com dados secundários. Resultados e Discussão: Foram registrados 419 óbitos relacionados ao consumo de drogas no Espírito Santo. A idade média das vítimas foi de 46,9 anos (±20,88), com predominância de indivíduos do sexo masculino (76,4%) e autodeclarados pardos (63,7%). Quanto ao estado civil, 61,1% eram solteiros. Em relação à escolaridade, 20,3% das vítimas tinham entre 8 a 11 anos de estudo, enquanto 3,8% não tinham escolaridade formal. A análise por região de saúde revelou maior concentração de óbitos na Região Metropolitana (71,4%), seguida das regiões Sul e Norte. Esses achados destacam a vulnerabilidade de determinados grupos e a necessidade de estratégias específicas para reduzir a mortalidade associada ao uso de drogas.4 Além disso, testes realizados no RStudio indicaram que a tendência é de aumento dos óbitos nos próximos anos.4 Conclusões: Os óbitos relacionados ao uso de drogas no Espírito Santo ocorrem predominantemente entre homens jovens, pardos e com baixa escolaridade, com maior concentração na Região Metropolitana. Esses achados reforçam a importância de políticas públicas voltadas a grupos vulneráveis, priorizando ações de prevenção, redução de danos e reabilitação. Estratégias intersetoriais envolvendo saúde, assistência social e educação são fundamentais para mitigar os impactos do consumo de drogas e reduzir a mortalidade associada.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Vitoria Batista Calmon de Passos