PE-074 Perfil de tratamento e custos da jornada do câncer de mama em uma operadora de saúde: uma análise de mundo real
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Palavras-chave

Hormonioterapia
Quimioterapia
Câncer de mama
Análise de Custos

Como Citar

Pasquini-Netto, H., Böger, B., Lind, J., Bosetto Fiebrantz, A. K., Fontana Aguiar, B., Souza Ribeiro, G., & Lopes Rocha, J. L. (2025). PE-074 Perfil de tratamento e custos da jornada do câncer de mama em uma operadora de saúde: uma análise de mundo real. JORNAL DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E FARMACOECONOMIA, 9(s. 3). https://doi.org/10.22563/2525-7323.2025.v9.s3.p.92

Resumo

Introdução: O tratamento do câncer de mama é um desafio clínico e econômico para o sistema de saúde brasileiro, devido à complexidade da doença e dos tratamentos, destacando a necessidade de estratégias eficazes de gestão de custos. Objetivo: Este estudo analisou a mudança nos tratamentos de câncer de mama, na perspectiva da Saúde Suplementar brasileira. Material e Método: Estudo quantitativo, retrospectivo e descritivo, baseado em dados de pagamentos dos tratamentos de câncer de mama de 2019 a 2022, extraídos anonimamente do sistema informatizado da Operadora de Saúde do sul do Brasil com mais de 600 mil beneficiários. Foram avaliados a incidência, o tempo médio até a modificação da terapia e os custos por ano de tratamento. Resultados: Foram avaliados 1643 beneficiários (média de idade de 57,72 anos), com incidência média anual de 410,75. A Média de eventos por mês por beneficiário foi de 3,8, mantendo este perfil de consumo nos quatro anos estudados (p>0,05). A hormonioterapia (média: 52,55%) e quimioterapia (QT) (28,55%) foram os tratamentos iniciais mais prevalentes. Anastrozol (19,8%), tamoxifeno (18,3%) e letrozol (6,32%) foram hormônios mais usados; ciclofosfamida com doxorrubicina (16,72%) e ciclofosfamida com docetaxel (21,2%) foram as combinações de QT comuns. A média de duração do tratamento até a primeira modificação foi de 3,95 meses, sem diferença estatística entre os anos (p<0,05). As mudanças frequentes de terapia, principalmente de QT para outra QT (17,57%), e de hormonioterapia para outra (7,42%). As classes terapêuticas e medicamentos mais usados no fim da jornada incluíram hormonioterapia (48,67%), com destaque para tamoxifeno (21,63%) e anastrozol (13,30%), quimioterapia (25,40%), com paclitaxel (7,20%), e terapia alvo (8,67%), com trastuzumabe (4,6%) e pertuzumabe em combinação (4,13%), especialmente em tratamentos para metástase (7,37%). Último tratamento teve duração média de 11,3 meses. No primeiro ano, o custo total médio das jornadas iniciadas em 2019 foi de R$30,7 mil por beneficiário (n=411), total de R$12.609.254,00. O segundo ano teve um aumento médio de 33,8% nos custos, mas o terceiro ano mostrou uma redução de 45,1%. Em 2022, 34,5% dos beneficiários que iniciaram o tratamento em 2019 o interromperam, e os que não interromperam tiveram um ticket médio de R$111 mil. Conclusões: Os resultados mostram que o tratamento do câncer de mama é complexo e caro, especialmente nos primeiros anos. A prevalência de hormonioterapia e quimioterapia iniciais e as mudanças frequentes de terapia refletem a variabilidade na resposta e a resistência dos pacientes. Os altos custos iniciais destacam a necessidade de estratégias eficazes de gestão, especialmente para medicamentos caros como Trastuzumabe e Pertuzumabe. A análise enfatiza a importância da personalização dos tratamentos e do acompanhamento contínuo para otimizar resultados e gerenciar custos.

https://doi.org/10.22563/2525-7323.2025.v9.s3.p.92
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