PE-067 Implementação de políticas públicas para oferta de tecnologias para Alergia à Proteína do Leite de Vaca
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Palavras-chave

Alergia a Proteína de Leite de Vaca
Assistência Farmacêutica
Política de Saúde Pública
Crianças

Como Citar

Filgueiras Mashki, S., Zaidan dos Santos Tupinambá, R., de Souza, C. F., Rodrigues de Almeida, M., de Andrade, F., Buffone de Oliveira, D., Lo Prete, A. C., & Lopes Medeiros Simone, A. (2025). PE-067 Implementação de políticas públicas para oferta de tecnologias para Alergia à Proteína do Leite de Vaca. JORNAL DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E FARMACOECONOMIA, 9(s. 3). https://doi.org/10.22563/2525-7323.2025.v9.s3.p.84

Resumo

Introdução: A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) se refere às reações imunologicamente mediadas, podendo ser IgE mediada, não IgE mediada ou mista. Essa condição pode afetar os sistemas digestivo, respiratório, cutâneo, e desencadear reações sistêmicas graves, como a anafilaxia. O tratamento é a exclusão da proteína alergênica da dieta. A prevalência de APLV é em torno de 2,5% em crianças e em 80-90% desenvolvem tolerância até o 3º ano de vida. Um Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) Estadual de 2007 normatiza a dispensação de fórmulas nutricionais para crianças com APLV até 24 meses, porém, em agosto/2024, não há políticas nacionais para essa população no Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Revisar o histórico de avaliação de tecnologias para APLV em âmbito nacional no SUS e apresentar o cenário de implementação de um PCDT Estadual e desafios dessa política pública. Material e Método: Foram consultados documentos oficiais do Ministério da Saúde (MS) de 2012 a 2024 sobre o tema. Levantou-se informações de dispensação de fórmulas nutricionais para APLV, em sistema próprio da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP), nos períodos de maio/2021 e abril de 2022 e de maio/2023 e abril/2024. Resultados: Em 2012, a Secretaria de Atenção à Saúde/MS submeteu as fórmulas para APLV na CONITEC que foi encerrada a pedido do demandante em 2015. Em 2017, houve nova submissão, que resultou na incorporação das fórmulas nutricionais para crianças até 24 meses com APLV no SUS (Portaria nº 67/2018). Em 2021, foi divulgada a Consulta Pública (CP) para o Teste de Provocação Oral (TPO), com recomendação preliminar favorável para incorporação no SUS4, e em 2022 foi incorporado no SUS para diagnóstico e monitoramento destes pacientes4. O PCDT foi desenvolvido pelo MS e a CP finalizada em maio/2024. Até julho/2024, a versão final deste PCDT não havia sido publicada pelo MS. Durante este período, a SES manteve o PCDT Estadual em funcionamento4. Entre maio/2021 e abril/2022, 29.267 pacientes foram atendidos, sendo 57% com a dispensação de fórmulas de aminoácidos livres, 36% extensamente hidrolisada e 8% de proteína isolada de soja. Em comparação, entre maio/2023 e abril/2024, 37.551 pacientes foram atendidos (28% a mais), com proporções de 58%, 35% e 7%, respectivamente, para as mesmas fórmulas. Conclusões: Apesar da incorporação de tecnologias para APLV no SUS, sua oferta não se concretizou. Conforme legislação5, a dispensação das fórmulas nutricionais deveria ter sido iniciada até maio/2019 (atraso em 1.895 dias em julho/2024) e o TPO deveria estar acessível à população desde setembro/2022 (atraso em 674 dias em julho/2024). Considerando que o PCDT ainda não foi publicado pelo MS, não há previsão de disponibilização das tecnologias no SUS. Esta lacuna assistencial tem sido suprida por iniciativas de gestores subnacionais, como a SES/SP, com financiamento próprio. Problemas de implementação de políticas públicas nacionais para APLV contribuem para a persistência de uma lacuna assistencial.

https://doi.org/10.22563/2525-7323.2025.v9.s3.p.84
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Copyright (c) 2025 Stephani Filgueiras Mashki, Renata Zaidan dos Santos Tupinambá, Catarina Fátima de Souza, Mariana Rodrigues de Almeida, Flavia de Andrade, Daniel Buffone de Oliveira, Ana Cristina Lo Prete, Adriane Lopes Medeiros Simone