Resumo
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimento que afeta aproximadamente 1 em cada 36 crianças. A detecção precoce do TEA é crucial, pois possibilita a implementação de tratamentos eficazes e personalizados, que podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos indivíduos afetados e de suas famílias. Objetivo: Este estudo insere-se em uma revisão de escopo que busca mapear as evidências científicas existentes sobre biomarcadores para o diagnóstico de TEA em pacientes pediátricos. Material e Método: Esta revisão de escopo foi conduzida conforme as diretrizes do JBI (Protocolo OSF: DOI 10.17605/OSF.IO/EYV8K). Buscas eletrônicas foram realizadas nas bases de dados PubMed, Embase e Web of Science em fevereiro de 2024. Foram incluídos estudos primários, tanto intervencionais quanto observacionais, com ou sem grupo comparador, que avaliaram marcadores biológicos (como enzimas, moléculas e genes) encontrados em fluidos corporais para o diagnóstico de TEA. As principais informações desses estudos foram extraídas para análise. Os dados sobre a precisão dos métodos utilizados para medir biomarcadores foram coletados, incluindo verdadeiros positivos, verdadeiros negativos, falsos positivos e falsos negativos. Curvas de sensibilidade, especificidade e ROC foram construídas usando o software Metadisc 2.0, com os resultados relatados com intervalos de confiança de 95% (IC). Resultados: dos 86 artigos incluídos na síntese de evidências, publicados entre 1986 e 2023, a maioria foi originária do continente asiático (55%), com um total de 37.100 participantes. Destes, quatro artigos avaliaram potenciais biomarcadores com a técnica HPLC (High-desempenho liquid chromatography), utilizando amostras de sangue (50%) e urina (50%). A meta-análise revelou uma sensibilidade global de 74% [IC 95% 0.63; 0.83] e especificidade de 88% [IC 95% 0.78; 0.93]. Nove biomarcadores potenciais foram mapeados usando o método HPLC, Fosfolipase A2, Fosfatidiletanolamina (PLA2/PE), metionina, fenilalanina, valina, triptofano, leucina, peptidúria opioide, serotonina e interleucina-6. Desses, um estudo que se destaca refere-se a A2 e PLAE/PE, como um marcador do metabolismo lipídico e fluidez da membrana, e anti-histona-autoanticorpos como marcador de autoimunidade na etiopatologia do TEA, esses biomarcadores representam uma sensibilidade de 90% [0.76; 0.95] e especificidade de 100% [0.91; 1.0]. Conclusões: O método HPLC tem mostrado grande potencial em diversas áreas da pesquisa biomédica devido à sua alta precisão, sensibilidade e versatilidade. Assim, a HPLC apresenta uma alternativa promissora para auxiliar no diagnóstico de TEA. Esta conclusão é especialmente relevante ao focar em potenciais alvos, como a Fosfolipase A2/Fosfatidiletanolamina (PLA2/PE), que demonstram níveis elevados de expressão nesta população.

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